Jovem morre e cinco ficam feridos durante ação policial que interrompeu festa junina em comunidade do Rio de Janeiro (RJ)

Herus Mendes, de 24 anos, morreu após ser atingido por tiros durante ação do Bope em evento tradicional da comunidade

Por Catiane Pereira*

Um tiroteio durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) terminou com a morte de Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, na noite da última sexta-feira (6), na comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro. O jovem, que trabalhava como office-boy, foi atingido por dois tiros enquanto participava de uma festa junina com apresentações de quadrilhas vindas de várias regiões do estado. Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Glória D’Or, na Zona Sul do Rio, mas não resistiu aos ferimentos.

Além de Herus, outras cinco pessoas ficaram feridas na operação e foram encaminhadas ao Hospital Municipal Souza Aguiar. Entre os feridos estão um adolescente de 16 anos e um homem identificado como Leurimar Rodrigues de Souza, de 38 anos. O adolescente teve alta, enquanto os demais seguem sob cuidados médicos. A festa, realizada anualmente, contava com a presença de famílias, crianças e moradores da região.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) informou ao Voz das Comunidades que equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizaram uma ação emergencial na comunidade do Santo Amaro, na noite de sexta-feira, com base em denúncias sobre a presença de criminosos armados que estariam se articulando para uma possível disputa territorial. Ainda de acordo com a nota oficial, policiais teriam sido alvo de disparos durante a operação, mas não reagiram.

A Afirmativa tentou contato com a PMRJ sobre a ação policial, mas até a publicação deste texto não obteve retorno.

O clima de celebração deu lugar à comoção. Nas redes sociais, vídeos mostram moradores tentando se proteger em meio aos disparos. Neste sábado (7), familiares, vizinhos e integrantes da quadrilha local realizaram um protesto na entrada da comunidade, pedindo explicações sobre a ação policial. “Estamos sem acreditar. É um absurdo, uma tragédia que a gente não esperava acontecer”, desabafou Cassiano da Silva, presidente da associação de moradores, ao portal G1.

A morte de Herus, um jovem, pai de uma criança de 2 anos e com laços com a quadrilha junina da comunidade, reacendeu debates sobre a letalidade policial no país. A comunidade de Santo Amaro pede justiça, por Herus, pelos feridos e por sua tradição interrompida.

*Com informações do Voz das Comunidades e G1

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