Justiça decide que os policiais militares acusados pela morte de  Kathlen Romeu irão a júri popular

 Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano aguardam o julgamento em liberdade, a data do júri popular ainda não foi definida

Por Patrícia Rosa

Após quatro anos do assassinato de Kathlen Romeu, morta em uma ação policial em junho de 2021, a justiça do Rio de Janeiro decidiu que os policiais militares envolvidos na ação policial que causou a morte da jovem sejam levados a júri popular. 

A decisão foi publicada na terça-feira (25). Os policiais militares Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano foram pronunciados, com base no artigo 413 do Código de Processo Penal, e serão julgados pelo Tribunal do Júri pelo crime de homicídio.

Os réus aguardam o julgamento em liberdade, a data do júri popular ainda não foi definida. De acordo com a juíza à frente da 2ª Vara Criminal, Elizabeth Machado Louro, os documentos acostados nos autos comprovam a materialidade do crime e o indício da autoria. A prova do crime foi confirmada pelo laudo de necropsia, bem como pelos esquemas de lesões.

“A autoria, igualmente, restou suficientemente indiciada nos autos, notadamente pela prova técnica produzida na investigação. Nesse sentido, embora a prova oral não tenha se mostrado apta a indicar que o disparo que atingiu a vítima partiu dos acusados, o laudo de reprodução simulada surge suficiente para indiciar a autoria, ao menos para os fins desta decisão”, confirmou a magistrada, em nota publicada pelo Poder Judiciário do Rio de Janeiro.

Sobre o caso

O crime aconteceu no dia 8 de junho de 2021. A modelo e designer de interiores, de 24 anos, estava grávida de quatro meses. Ela caminhava na comunidade do Lins de Vasconcelos, bairro da zona norte do Rio, quando foi atingida por um tiro de fuzil no tórax. Kathlen visitava a avó que morava na comunidade.

Na ocasião, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) negou que a corporação estivesse em uma operação no local. No entanto, testemunhas confirmaram a operação e relataram que os policiais estavam utilizando uma tática conhecida como Tróia, se trata de uma emboscada em que policiais ficam escondidos para atacar “suspeitos”.

No dia 10 de fevereiro, durante a audiência final da primeira etapa do processo, parentes e amigos da vítima realizaram uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), reivindicando celeridade no processo

“São 3 anos e 8 meses do luto à luta. Eu nunca tive luto, né? Eu só tive a luta. Eu preciso avançar judicialmente para que eu possa, daqui a um tempo, viver meu luto e ressignificar minha vida de alguma forma porque o Estado não permite isso”, declarou Jaqueline Oliveira, mãe de Kathlen, ao Portal G1.

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