Justiça manda soltar homem preso em flagrante após chamar oficial das Forças Armadas de ‘preto’ e ‘macaco’ no Rio de Janeiro

Neste domingo (21), o arquiteto Fernando Bravim Kruger, de 45 anos, foi preso em flagrante por injúria racial contra Pedro Phillipe de Assis Salaman, oficial das Forças Armadas, no Rio de Janeiro

Fernando Bravim Kruger é servidor público da prefeitura de Vitória (ES)

Por Daiane Oliveira

Neste domingo (21), o arquiteto Fernando Bravim Kruger, de 45 anos, foi preso em flagrante por injúria racial contra Pedro Phillipe de Assis Salaman, oficial das Forças Armadas, no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, Pedro foi chamado de “preto” e “macaco” por Fernando durante uma roda de samba. Em menos de 24 horas de prisão, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, nesta segunda-feira (22), durante audiência de custódia, a soltura do acusado.

A decisão judicial determinou que, apesar da soltura, haja cumprimento de algumas medidas cautelares durante as investigações. Fernando Kruger precisa realizar comparecimento mensal em juízo, até o dia 10 de cada mês, a contar da soltura, para informar e justificar suas atividades, bem como comparecimento em todos os atos do processo; além de ser proibido de frequentar o estabelecimento comercial “Beco do Rato”, onde ocorreu o crime.

O oficial das Forças Armadas, Pedro Phillipe de Assis Salaman, relatou que estava com mais quatro amigos no samba quando por conta de um esbarrão em Fernando, houve um bate-boca e o racista teria dito: “Você é preto e eu sou bicha”.  Em entrevista ao G1, a vítima ainda contou que o criminoso teria dito frases como “Sai daqui seu macaco”. O homem ainda teria agredido a companheira do oficial que tentou impedir que evadisse do local até que a polícia chegasse.

“A revolta foi tão grande que eu perdi a cabeça. Mas, ele foi expulso e tentou fugir. A minha companheira foi atrás dele e na tentativa de deixar o local, ele ainda torceu o braço dela. Mas, foi pego pela PM”, afirmou Pedro ao G1.

O estabelecimento onde aconteceu o racismo, Beco do rato, informou através de nota que repudia “qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica ou diversidade funcional” e que “os funcionários são orientados a agirem em conformidade com a Lei e com os princípios da casa.”

Vale lembrar que injúria racial, no Brasil, é um crime inafiançável e sem prazo para que os autores sejam punidos pela Justiça. A pena é de 2 a 5 anos e multa.

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