Médica negra sofre racismo durante teleatendimento

A neurologista de Aracajú (SE) encerrou o atendimento depois que o paciente solicitou verificar seu registro profissional e denunciou o caso de racismo

A neurologista de Aracajú (SE) encerrou o atendimento depois que o paciente solicitou verificar seu registro profissional e denunciou o caso de racismo

Por Karla Souza

A médica neurologista Valéria Cecília Carneiro de Almeida (64), com uma trajetória de 38 anos na profissão, relatou ter sido vítima de racismo durante um teleatendimento. O caso ocorreu enquanto Valéria realizava uma consulta virtual através de uma plataforma de telemedicina no último domingo (16), quando um paciente branco, residente do Mato Grosso do Sul, exigiu ver seu registro profissional antes de prosseguir com o atendimento, questionando sua autenticidade como profissional de saúde.

A situação foi registrada em vídeo pela própria médica. Quando o paciente entrou na sala virtual de consulta, expressou desconfiança e saiu, retornando minutos depois alegando ter agendado a consulta com outro neurologista. Apesar de Valéria informar que seria a responsável pelo atendimento, o paciente insistiu em ver seu registro profissional, justificando a medida como uma forma de “saber com quem estava falando”.

Diante disto, Valéria recusou a continuar o atendimento, expressando sua indignação com a situação. “Está certo. Se é isso que o senhor quer, então o senhor vai conversar com o CRM [Conselho Regional de Medicina], porque isso é uma falta de respeito com o profissional que está atendendo. Eu não estou aqui de brincadeira, tenho 38 anos de formada e exijo respeito. O senhor procure outro profissional, porque eu não vou lhe atender”, afirmou a vítima durante o vídeo.

Após o ocorrido, um boletim de ocorrência foi registrado por Valéria na Polícia Civil de Sergipe.


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