Por Patrícia Rosa
O Brasil perdeu nesta sexta-feira (14) uma referência na luta contra o racismo, pelas ações afirmativas. Dora Lúcia Bertúlio, advogada, procuradora e ativista do movimento negro, faleceu nesta sexta-feira (14), aos 76 anos.
Filha de José Adil de Lima e Teodora de Lima, ela nasceu em Itaí (SC), onde residiu até a época da ditadura militar. Ingressou no curso de direito na UFPR (Universidade Federal do Paraná) em 1968. Na mesma instituição onde se graduou, ela retornou e assumiu a chefia da procuradoria em 2002, foi pioneira na aplicação das cotas raciais e desempenhou um papel fundamental na implementação da política de cotas na universidade.
Ela também ocupou o cargo de procuradora da Fundação Cultural Palmares, de 2009 a 2016. A fundação divulgou uma declaração expressando pesar pelo falecimento.
“Sua trajetória foi marcada pelo compromisso inegociável com a justiça social, pela promoção da igualdade racial e pelo enfrentamento do racismo em todas as suas formas. Dora Bertúlio era, acima de tudo, uma mulher comprometida com a construção de uma sociedade mais justa”, declarou a Instituição.
Em sua trajetória, a ativista representou o Brasil na III Conferência Mundial contra o Racismo, realizada em Durban, na África do Sul, em 2021. O velório de Dora Lúcia acontece neste sábado (15), e ocorre na Capela do Cemitério Jardim da Saudade, em Curitiba (PR).
Dora deixa um legado de luta e resistência. A Revista Afirmativa lamenta profundamente sua partida e manifesta solidariedade à família e amigos.