Da Redação
Vidas ceifadas, danos psicológicos à população, impunidade e baixo impacto positivo na segurança pública. São esses alguns dos resultados provocados pela atuação da polícia na região metropolitana do Rio de Janeiro. Isso porque de acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), nos últimos 18 anos apenas 1,4% das operações policiais nessas localidades foram consideradas “totalmente eficientes”, de acordo com o marcador da pesquisa.
De acordo com o levantamento, o ínfimo percentual se baseia no total de operações (22.198) que aconteceram no Rio de Janeiro de 2007 a 2024. Nesse sentido, as operações são classificadas em cinco níveis: Eficiente: 1,4%; Razoavelmente eficiente: 14,4%; Pouco eficiente: 45,3%; Ineficiente: 30%; Desastrosa: 8,9%. O método de pesquisa foi feito a partir de notícias jornalísticas veiculadas nesse período.
Vale lembrar, que a política editorial da Afirmativa acredita que essa “ineficiência” na verdade é a “eficiência” de um projeto de Estado que tem a PM como ponta de lança do genocídio da população negra e periférica brasileira.
A nível de avaliação, o grupo da UFF também dividiu as operações policiais em 3 categorias: número de envolvidos (presos, feridos e mortos); apreensões (armas, drogas e recuperação de bens) e motivações (mandado de prisão e/ou busca e apreensão, repressão ao tráfico, disputa de grupos criminais, fuga/perseguição, operações patrimoniais, retaliação por morte/ataque, e outros).
Informações que se materializam em um cenário que cada vez mais têm ganhado espaço na imprensa brasileira e redes sociais. Um dos episódios mais recentes foi uma operação policial realizada no dia 24 de outubro, no Complexo de Israel, Zona Norte do Rio de Janeiro, que chocou o país e levou pânico a quem transitava pela Avenida Brasil. Três trabalhadores inocentes foram mortos: Paulo Roberto de Souza, 60 anos; Geneilson Eustáquio, 49 anos; e Renato Oliveira, 48 anos.
A maioria das vítimas de ações como essas são pessoas negras. De acordo com dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 82,7% dos mortos em ações policiais ocorridas durante o ano de 2023 no Brasil eram pessoas negras, ou seja, correspondendo a uma taxa de mortalidade 3,8 vezes maior do que a de brancos.
Com informações da EBC