Justiça decreta prisão preventiva de pastor suspeito de matar mulher trans em motel da cidade de Santos (SP)

O suspeito alegou que não sabia que a jovem era uma mulher trans e que entrou em luta corporal com a vítima, a versão foi rebatida pela irmã de Luane Costa da Silva

Por Patrícia Rosa

A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de Antônio Lima dos Santos Lima, de 45 anos, pastor evangélico suspeito de matar uma mulher trans em um motel na cidade de Santos (SP). Luane Costa da Silva, vítima do transfeminicídio, foi encontrada morta aos 27 anos no último dia 21 de outubro.

O caso foi registrado como homicídio na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. O suspeito foi preso em flagrante na noite do dia 21. Ele alegou que contratou os serviços de Luane, que era trabalhadora sexual, e seguiram para o motel. Ao chegar lá e descobrir que ela era uma mulher trans, teria desistido do programa. 

Antônio confessou o assassinato, alegando que os dois teriam entrado em luta corporal e que Luane teria usado arma de choque. Naquela noite, o suspeito deixou o motel, retornou ao local do crime para buscar o celular e logo foi detido em flagrante.

Luane Costa era baiana, natural de Santo Antônio de Jesus (BA). Sua irmã, Myllena Rios, que também é mulher trans, declarou ao Jornal Correio que o pastor sabia que Luane era uma mulher trans, já que o local onde ele requisitou o serviço é um ponto frequentado por transexuais e travestis. 

Imagem: Reprodução Redes Sociais

“Ele já foi com a intenção de matá-la, tirar a vida dela, e agora está dizendo que não sabia que ela era trans. Esses infelizes vão sempre fazer a mesma coisa. Eles nos procuram para realizar seus fetiches e depois nos matam, dando a versão deles. ‘Pensei que era mulher.’ Mentira”, declarou Myllena.

Um exame necroscópico foi solicitado para identificar a causa da morte. O corpo de Luane foi levado para sua cidade natal e sepultado no Cemitério Municipal de Santo Antônio de Jesus.

O FONATRANS – Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros, divulgou uma nota sobre o caso, onde ressaltou que a morte de uma mulher trans negra levanta preocupações sobre a violência que atinge pessoas trans no Brasil.

Dados da 7ª edição do Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2023, destacou que o Brasil registrou 145 assassinatos de pessoas trans no ano passado, o estudo constatou que pelo menos 72% das vítimas eram pessoas trans negras.

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