Petição criada por Erika Hilton pela cassação de Nikolas Ferreira é assinada por mais de 200 mil pessoas em 24 horas

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), iniciou na quinta-feira (9), um abaixo assinado pedindo a cassação do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) pelo crime de transfobia.

O abaixo-assinado tem o intuito de mostrar a insatisfação popular para com a postura transfóbica do deputado federal

Por Daiane Oliveira

Imagem: Divulgação/Reprodução

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), iniciou na quinta-feira (9), um abaixo assinado pedindo a cassação do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) pelo crime de transfobia. A petição, que já supera 200 mil assinaturas, foi movida após Nikolas Ferreira subir ao plenário da Câmara, colocar uma peruca loira e se apresentar como Nikole, proferindo comentários transfóbicos na sessão.

Érika Hilton, uma das primeiras mulheres trans da casa, apresentou notícia-crime contra o deputado no Supremo Tribunal Federal (STF), juntamente com parlamentares de outros partidos e lideranças políticas que também denunciaram o deputado no Conselho de Ética da Câmara.

O texto da petição informa que “transfobia é crime equiparado ao crime de racismo e o Congresso Nacional é um espaço para vocalizar a defesa dos nossos direitos, não ataques preconceituosos às mulheres brasileiras” e que “Nikolas Ferreira cometeu o crime de homotransfobia.” O abaixo-assinado é uma estratégia que soma a articulação política no Congresso para que a sociedade civil possa manifestar repúdio à fala do parlamentar, além do pedido que os ritos legais de cassação sejam aprovados.

De religião evangélica e nascido em 1996, Nikolas já foi filiado ao PSL, eleito vereador pelo PRTB em 2020 e se elegeu em 2022 pelo PL para ocupar o cargo na Câmara dos Deputados. Através das redes sociais, Nikolas tentou se defender afirmando que não houve transfobia em sua fala e chamou as manifestações contrárias de “histeria e narrativa”, reforçando a postura machista, misógina e a violência política de gênero.

Após o discurso violento e criminoso do deputado mineiro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), usou suas redes sociais para dizer que o “Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos” e afirmou que não admitiria o desrespeito. “O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje”, escreveu Lira finalizando com solidariedade a todas as pessoas que “se sentiram” ofendidas.

Já o presidente do PL, atual partido do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, defendeu o deputado citando o crescimento no número de seguidores. Para Costa Neto, “ele fala em nome de um segmento da sociedade e deve ser respeitado por isso” e Nikolas teria “nosso apoio e da Direção Nacional do PL”, completou o presidente do partido.

Transfobia e violência política de gênero como estratégia de engajamento

Nikolas Ferreira, um político religioso e bolsonarista, já se envolveu em muitas polêmicas com discurso que fere a constituição brasileira e comete crimes, a exemplo da transfobia do dia 08 de março durante sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, na Câmara dos Deputados. Em 2022, usando uma camisa verde e amarela com a foto de Bolsonaro, Nikolas disse que “o jovem não quer mais bolha de internet, não quer mais mulher promíscua. O jovem quer realmente um capitão para comandar o país dele.”

Em 2022, no mês de novembro, o deputado federal já eleito teve suas contas no Instagram e Facebook suspensas, além da conta do Twitter ser retida, em decorrência de disseminação de notícias falsas contra as urnas eletrônicas.

Em entrevista ao UOL, O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR), disse que parlamentares que estiveram com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) alegam que ele planejou o ataque transfóbico. Após o ataque transfóbico, Nikolas Ferreira ganhou quase 50 mil seguidores em apenas uma rede social, no Instagram.

“Ele fez de propósito. Alguns deputados estavam com ele no dia anterior, num jogo de futebol, e relatam que ele já anunciava que faria isso, que não ia aceitar que o Plenário fosse ocupado por mulheres, e que, se essa fosse a tônica, iria se transvestir de mulher”, afirmou em entrevista Zeca Dirceu.

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