Polícia Civil conclui que Mãe Bernadete foi assassinada por grupo ligado ao tráfico de drogas

Foram denunciados cinco suspeitos pelo assassinato, três indiciados estão foragidos

Foram denunciados cinco suspeitos pelo assassinato, três indiciados estão foragidos

Por Karla Souza

Imagem: Henrique Duarte

Em coletiva de imprensa na última quinta-feira (16), a Polícia Civil revelou a conclusão do inquérito que investigou o assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico. A ialorixá e titular da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), conhecida como Mãe Bernadete, foi morta a tiros em 17 de agosto nas instalações da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, situado em Simões Filho (BA).

A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, informou que cinco suspeitos foram denunciados pelo crime de homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, forma cruel, uso de arma de fogo e ausência de chance de defesa da vítima. Os denunciados são Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos, Marílio dos Santos, Sérgio Ferreira de Jesus e Ydney Carlos dos Santos de Jesus. Entre eles estão foragidos Josevan, Ydney de Jesus e Marílio.

Outro envolvido foi indiciado por porte ilegal de arma, também concluído pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os procedimentos foram encaminhados à Justiça no dia 09 de novembro.

Motivação do crime

As investigações apontam que a motivação do crime foi uma retaliação de um grupo ligado ao tráfico de drogas na região, após a insatisfação de um morador do quilombo com a denúncia de Bernadete Pacífico sobre exploração ilegal de madeira. O homem instigou o crime, enviando informações à liderança do tráfico, que ordenou a execução de Mãe Bernadete.

“Ele [Sérgio Ferreira de Jesus] fez isso porque também estava indignado porque a líder quilombola estava criando obstáculos sobre a extração ilegal de madeira da parte dele”, falou Heloísa Brito em entrevista coletiva sobre as motivações, que também inclui a denúncia oficial da quilombola a construção de uma barraca para comercialização de entorpecentes na região.

Próximos passos legais

André Lavigne, coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, detalhou os próximos passos legais. Os cinco indivíduos, dois mandantes, dois executores e um partícipe, responderão a uma ação penal, podendo ter penas de até 30 anos de prisão pelo homicídio qualificado e 15 anos pelo roubo.

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