“Queremos comover e engajar a audiência”, afirma Luh Maza, chefe de roteiro da adaptação de Torto Arado para TV

Ainda sem data definida para lançamento, mas com previsão de início das gravações até 2023, o sucesso literário ‘Torto Arado’ está prestes a virar série de TV. A HBO Max, plataforma onde a obra será disponibilizada, anunciou que o livro de Itamar Vieira Jr.

O livro, considerado pela cineasta o “romance do nosso tempo”, será disponibilizado pela HBO Max, mas ainda não tem data de estreia

Por Andressa Franco

Imagem: Anne Freitas

Ainda sem data definida para lançamento, mas com previsão de início das gravações até 2023, o sucesso literário ‘Torto Arado’ está prestes a virar série de TV. A HBO Max, plataforma onde a obra será disponibilizada, anunciou que o livro de Itamar Vieira Jr. já está em fase de adaptação de roteiro. O projeto é uma parceria do serviço de streaming com a produtora Paranoid, que adquiriu os direitos da obra, e a Warner Bros.

Primeira roteirista transgênero da televisão brasileira, Luh Maza é dramaturga, diretora, atriz e crítica teatral, e foi convidada por Heitor Dhalia, diretor da série, para atuar à frente da adaptação do roteiro. 

“Desde o primeiro encontro nos reconhecemos na mesma emoção com a saga épica de Torto Arado e com a noção de compromisso social que a obra do Itamar de forma preciosa e através da ficção consegue convocar”, relata Maza. Ela planeja trabalhar com muito cuidado e responsabilidade para adaptar um livro que coleciona muitos admiradores, sendo o romance mais vendido de 2021, além de prêmios como o Jabuti de Romance Literário, e o Prêmio Oceanos.

Entre trabalhos anteriores, a artista escreveu para a quarta temporada da série Sessão de Terapia (2019) do Globoplay/GNT, pela qual foi indicada ao Prêmio ABRA de Roteirista do Ano 2020. Mas, ela não está sozinha na missão de adaptação do livro para episódios de série. As cineastas Renata Di Carmo, Maria Shu, e as roteiristas baianas Viviane Ferreira e Ceci Alves, roteirista assistente, também fazem parte da equipe. Todas mulheres negras.

“Ao pensar a adaptação pelo ponto de vista das narradoras, me pareceu que era natural dar voz à ancestralidade e à vivência social daquelas mulheres representadas e eixo da história”, explica a chefe de roteiro. “Essa é uma equipe muito especial porque temos a noção da expectativa em torno da adaptação de Torto Arado, mas não deixamos a grandiosidade aniquilar o detalhe, a miudez, a artesania, o tempo”.

O objetivo, conta, é comover e engajar a audiência. De forma que o espectador da série tenha uma experiência que seja igualmente imersiva, sinestésica, e provocadora de questionamentos quanto a biopolítica que envolve os destinos das personagens.

Por enquanto, não há elenco escalado para trazer às telas a história de ‘Torto Arado’, que acompanha as irmãs Bibiana e Belonísia desde a infância, quando uma delas perde a língua a brincar com uma faca. Ambas passam a viver uma relação muito próxima, que será afetada pelo passar dos anos, ao longo de gerações. 

“Bibiana e Belonísia são personagens da literatura contemporânea que vamos lembrar no futuro. A história dessa família da Chapada Diamantina, seu mundo de Encantados e também de luta pela terra – uma terra para onde nossos antepassados foram trazidos à força – é o romance de nosso tempo”, finaliza.

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