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Salvador e RMS já registram mais de 500 mortes pela polícia em 2025; 100% das vítimas identificadas são negras

Dados do Fogo Cruzado mostram avanço das chacinas e concentração de mortes em ações da Rondesp
Imagem: Ascom/PM

Texto: Divulgação

O final de novembro de 2025 se consolidou como um marco no cenário de violência de Salvador e Região Metropolitana (RMS). De acordo com levantamento do Instituto Fogo Cruzado, o território registrou mais de 500 mortos em operações policiais até o dia 25 de novembro. Dentre as vítimas, 494 eram homens e sete mulheres; 11 eram adolescentes, 489 adultos e um idoso. Apenas 53% das  vítimas foram identificadas racialmente, 100% delas eram negras.

O número foi alcançado 24 dias antes do ano passado, e o índice de mortes já é 5% superior ao mesmo período de 2024 e de 2023, sinalizando que pode haver um novo recorde de mortos em operações policiais nos últimos dois anos. O marco ocorre pouco mais de um mês após o Governo do Estado publicar o Plano de Atuação Qualificada de Agentes do Estado (PQUALI), que estabelece metas e ações para reduzir a letalidade policial nos próximos três anos. 

O PQUALI estabelece meta de reduzir em 10% por semestre as mortes decorrentes de ações policiais pelos próximos três anos e prevê ações como: capacitação de 30% dos profissionais de segurança para prevenção de letalidade; ampliação de 30% do uso de câmeras corporais; atendimento psicológico integral aos agentes envolvidos repetidamente em confrontos com morte; e o aumento 50% da conclusão de inquéritos até 2026 e 70% até 2027.

Apesar de um mês de implantação do plano, o cenário da letalidade policial ainda é estarrecedor. Um exemplo é o número de mortos em chacinas policiais em novembro: foram registrados 95 mortos em 25 chacinas, mais que o dobro do ano anterior, que computou 46 mortos em 13 chacinas. Um outro dado revelado é a participação das Rondas Especiais (Rondesp) nas ações policiais de alta letalidade, concentrando 43% do total das mortes registradas em Salvador e RMS.

O Instituto Fogo Cruzado trabalha na produção e divulgação de números sobre a violência armada também no Rio de Janeiro, Recife e Belém. Os dados são do monitoramento em tempo real realizado pelo instituto, por meio de um aplicativo com banco de dados aberto. As informações podem ser acessadas gratuitamente por meio de uma API ou aplicativo disponível para Android e iOS.

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