Vereadora Eliete Paraguassu denuncia perseguição e ameaças durante a Jornada Maré na Ilha de Bom Jesus dos Passos (BA)

Durante uma sessão da Câmara, a parlamentar contou que foi perseguida por homens, que a hostilizaram e a humilharam

Por Patrícia Rosa

A vereadora e líder do PSOL na Câmara Municipal de Salvador, Eliete Paraguassu, denunciou uma situação de violência política que sofreu durante a Jornada Maré de Março, na Ilha de Bom Jesus dos Passos (BA), no último dia 16 de março. Durante uma sessão na Câmara, a vereadora relatou que foi perseguida por homens que a hostilizaram e a humilharam. Ela precisou de ajuda de populares para se proteger.

“Fui atacada por pessoas que prestam serviços à Prefeitura Municipal de Salvador, com pessoas encarregadas me atacando com tentativa de humilhação e de me hostilizar, me seguindo. A comunidade me acolheu dentro da igreja e, mesmo assim, um desses funcionários tentou, eu não sei se era invadir, não sei o que ele queria fazer com a minha pessoa.” 

A vereadora ainda ressaltou que precisou acionar a polícia para a sua proteção. Ela declarou nas suas redes sociais que não é a primeira vez que é alvo desse tipo de violência e que já solicitou providências da Câmara Municipal de Salvador.

“Eu não pedi carro blindado, eu queria saber como é que a Câmara tinha um projeto de segurança para parlamentares ameaçados pelo modelo de desenvolvimento que está colocado e que a gente faz enfrentamento”, declarou a parlamentar, durante a sessão ordinária.

Em apoio à vereadora, o PSOL-Salvador emitiu uma nota de repúdio, se solidarizando e exigindo da Prefeitura de Salvador a apuração dos fatos e a tomada de medidas cabíveis.

“Além disso, cobramos à presidência da Câmara Municipal de Salvador que adote medidas que assegurem a suas vereadoras e vereadores o direito de cumprir seus mandatos com segurança, visto que já foram feitas algumas tentativas de diálogo sobre as ameaças direcionadas a Eliete”, declarou o PSOL.

O vereador Hamilton Assis (PSOL) também manifestou o seu apoio e indignação pela perseguição sofrida pela vereadora.

“Trata-se de uma ação deliberada e reincidente direcionada a uma mulher negra, quilombola, agora vereadora, e contra as agendas em defesa do seu território e modo de vida. Ao tempo que ofertamos a solidariedade. Cobramos ação diligente da Câmara Municipal de Salvador, que não pode se manter omissa”, declarou o parlamentar.

A Revista Afirmativa entrou em contato com a Prefeitura de Salvador e com a Câmara Municipal, em busca de suas posições diante da denúncia, mas não obtivemos resposta até o momento da publicação desta matéria. 

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