A data foi criada em 1992 por representantes do Movimento de Mulheres Negras de mais de 70 países da América Latina e Caribe
Há 29 anos, no ano de 1992, o 25 de Julho foi definido como o Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A data foi escolhida durante o 1º Encontro de Mulheres Afrolatino-americanas e Caribenhas, que aconteceu entre os dias 19 e 25 de julho, na República Dominicana, e reuniu representantes do Movimento de Mulheres Negras de mais de 70 países da América Latina e Caribe.
O encontro foi um marco da luta das mulheres negras por direito no mundo, e contou com a presença de ativistas brasileiras como Valdecir Nascimento, da Bahia, Neuza das Dores, do Rio de Janeiro, Maria Lucia da Silva e Matilde Ribeiro, de São Paulo, Elza Rodrigues, do Pará e Silvani Valentim, de Minas Gerais
Foi também neste encontro que foi criada a Red Afrolatinoamericana, Afrocaribeña y de la Diáspora, que reúne ativistas de toda América Latina e Caribe, e que o Brasil faz parte através da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB).
No Brasil, a data novamente entrou para a história, no ano de 2014, através da Lei nº 12.987, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela. A conhecida “Rainha Tereza” viveu no século XVIII e se tornou uma líder guerrilheira do Quilombo do Quatiterê, o maior do estado de Mato Grosso.
As mulheres negras brasileiras ainda são o grupo social abaixo de todos os outros nas condições de acesso a direitos, emprego e renda e participação política. São elas que mais morrem de feminicídio e mortalidade materna, as que mais enterram seus filhos para a violência do Estado, as que ocupam as vagas de emprego mais vulnerabilizadas, as que menos ocupam cargos na política institucional e nas grandes empresas, ainda assim seguem organizadas politicamente em todas as esferas da sociedade.
O 25 de julho é a principal data marco de luta do movimento internacional de mulheres negras, e no Brasil, em 2013, inspirou a criação do Julho das Pretas, uma estratégia de incidência política conjunta do movimento de mulheres negras, criada pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, na Bahia.