Texto: Divulgação
A websérie “Inteligência Ancestral”, que será lançada no dia 14 de abril, tem como objetivp trazer um olhar profundo sobre a relação entre cosmovisão indígena, arte e tecnologia. Com sete episódios que exploram as diferentes inteligências, a série vai ao encontro das vivências e perspectivas de sete artistas e pensadores de diversas etnias brasileiras, como Kaingang, Xukuru, Kariri-Xocó e Tikuna, entre outros.
O projeto, transmitido online no canal Mensagens da Terra e no site da Thydêwá, será também exibido em lançamentos presenciais em escolas públicas de Cabrália e Olivença (BA) e na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
A série propõe um debate sobre como os saberes tradicionais, alimentados pela sabedoria ancestral, podem dialogar com as inovações tecnológicas modernas. Ao invés de opor essas duas esferas, Inteligência Ancestral sugere que elas podem se entrelaçar de maneira a criar um futuro mais sustentável e equilibrado. A obra foca na arte como um veículo para explorar essa convergência, destacando a importância de compreender os povos indígenas como detentores de conhecimentos que vão além das convenções modernas.
Em cada episódio, um indígena compartilha sua visão sobre a importância da arte e da ancestralidade em sua vida e prática. Entre eles, figuras como Kadu Tapuya, Rayo Marikito e Yala Payayá dialogam sobre como as tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, podem ser apropriadas para fortalecer as mensagens e expressões artísticas indígenas. Para Ta No Kaingang, por exemplo, essa troca de saberes também envolve a construção criativa com a IA que objetiva refletir a reverência ao sagrado e à natureza.
Em seu trabalho, o diretor Sebastián Gerlic utiliza mais de 20 anos de pesquisa sobre as cosmovisões indígenas do Bem-Viver, buscando entender o papel dos saberes ancestrais na transformação das crises globais. Em 2023, ele acompanhou a forma como 16 indígenas estão se apropriando da inteligência artificial para potencializar suas expressões artísticas. Para Gerlic, a obra surge como um convite à reflexão sobre o futuro que estamos construindo e sobre o papel da arte no processo de transformação. “A obra tem como objetivo inspirar uma transformação de pensamento, encorajando o público a refletir sobre a relação entre arte, cultura e vida”, afirma o diretor.
Yala Payayá, arte educadora e uma das artistas da websérie, destaca o conceito de inteligência ancestral em suas palavras: “A inteligência ancestral são todas as tecnologias criadas e praticadas pelos povos originários que fizeram com que eles mantivessem vivendo em harmonia com a natureza, sem agredir as outras vidas e sempre viveram bem a partir dessas práticas, conseguindo fazer a manutenção da vida, da biodiversidade onde moram, da sustentabilidade e da relação com a natureza.”
Além do impacto cultural, “Inteligência Ancestral” declara compromisso com a inclusão. A websérie conta com quatro versões acessíveis, incluindo Língua Brasileira de Sinais (Libras), audiodescrição, legendagem descritiva e versões em inglês e espanhol.
O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia por meio da Lei Paulo Gustavo.