Longa documental que será lançado em 2022 retrata música e territorialidade quilombola no RS

Com imagens captadas nas comunidades quilombolas do Beco dos Colodianos, de Casca e dos Teixeiras, em Mostardas, na península do litoral norte do Rio Grande do Sul, o longa "Canto Aberto", faz um trabalho de registro da cultura desses locais. Além das cantorias de Ternos de Santos Padroeiros, o filme também pretende mostrar outros aspectos da cultura, como o plantio das sementes tradicionais de milho catete e feijão miúdo.

Gravado em comunidades da península do litoral norte do RS, filme em fase de finalização registra os Ternos de Santos, festejo tradicional da região

Texto: Divulgação

Imagem: Sérgio Guidoux

Com imagens captadas nas comunidades quilombolas do Beco dos Colodianos, de Casca e dos Teixeiras, em Mostardas, na península do litoral norte do Rio Grande do Sul, o longa “Canto Aberto”, faz um trabalho de registro da cultura desses locais. Além das cantorias de Ternos de Santos Padroeiros, o filme também pretende mostrar outros aspectos da cultura, como o plantio das sementes tradicionais de milho catete e feijão miúdo. O trio de diretores Bruna Giuliatti, Jhonatan Gomes e Sérgio Guidoux acompanhou os habitantes da região, situada entre a Lagoa dos Patos e o oceano, durante os meses de maio e agosto de 2021.

A visita do Terno de Reis, um festejo de origem católica luso-açoriana ligado às comemorações do Natal, é o mais conhecido. Mas, as comunidades tradicionais realizam também ternos de Santo Antônio, São Pedro e São João, em seus respectivos dias. Os instrumentos característicos são gaita, violão, tambor e pandeiro. Na Comunidade da Casca, a única do município onde está viva essa tradição, canta-se inclusive o Terno de Santana, uma raridade em outras regiões do estado e do país.

A fazenda que ocupava a região da Casca pertencia à Quitéria Pereira do Nascimento, que, em 1825, deixou em seu testamento a doação das terras e a liberdade a pessoas escravizadas que ali trabalhavam. “Somente em 2010, as famílias remanescentes conquistaram a titularidade de uma parte dessas terras, constituindo a primeira comunidade quilombola rural a obter este reconhecimento no estado do RS”, explicam os cineastas. “Os Ternos de Santos resistem, assim como a comunidade, por anos, de geração a geração”, concluem.

O filme está em pós-produção e tem previsão de lançamento para 2022. A realização é do Ponto de Cultura do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mostardas (RS), com produção da Meio do Mundo Filmes de Porto Alegre. Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Fundação Marcopollo – Lei Aldir Blanc no 14.017/20.

Integrante da Rede Cultura Viva desde 2014, o Ponto de Cultura do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mostardas (RS) trabalha para a promoção do modo de ser dos povos tradicionais de origem africana e açoriana em seus festejos, nas danças, nas músicas, na gastronomia e na agricultura. Instagram @strmostardas

Ficha Técnica

Direção e roteiro: Bruna Giuliatti, Jhonatan Gomes e Sérgio Guidoux

Produção: Bruna Giuliatti e Sérgio Guidoux

Produção Local: Tadeu Perciuncula

Direção de Fotografia: Ieve Holthausen e Sérgio Guidoux

Som Direto: Sérgio Guidoux e Tiziana Scur

Montagem: Isabel Cardoso e Sérgio Guidoux

Alimentação: Tatiane Mattos

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