Mulher trans é espancada em terminal no Centro de São Paulo

Há 13 anos no topo da lista como país que mais mata pessoas trans no mundo, o Brasil registrou na madrugada do último domingo (27) mais um caso de transfobia. A vítima foi Fernanda Frazão, mulher trans de 26 anos, que foi espancada no Terminal Parque Dom Pedro II, no Centro de São Paulo.

Da Redação

Imagem: Arquivo Pessoal

Há 13 anos no topo da lista como país que mais mata pessoas trans no mundo, o Brasil registrou na madrugada do último domingo (27) mais um caso de transfobia. A vítima foi Fernanda Frazão, mulher trans de 26 anos, que foi espancada no Terminal Parque Dom Pedro II, no Centro de São Paulo.

Acreditando que não seria atacada dentro do terminal, foi para onde correu após ter sido agredida por um homem que questionou se ela estava fazendo programa no local. Foi o que narrou no boletim de ocorrência registrado na Delegacia da Mulher. Frazão afirma que revidou o soco e, na sequência, foi agredida por um segundo rapaz, que seria amigo do primeiro agressor.

Em entrevista ao Bom Dia SP, a jovem relatou que eles entraram no terminal atrás dela gritando palavrões e, ao cair no chão, recebeu chutes, socos e teve seu rosto pisoteado pelos agressores. Até que as passageiros no terminal começaram a gritar para que parassem e os seguranças se aproximaram, os fazendo fugir, levando ainda uma peruca que a vítima usava.

“Me sinto muito triste. Não foi só esse dia. É todos os dias. A agressão não vem só física, mas também verbal. Para mim é uma tristeza ter que, todo dia, me afirmar, andar de fone de ouvido para não ouvir o que eu escuto por eu ser quem eu sou”, disse.

A mulher foi socorrida na AMA da Sé e registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do Centro. O delegado pediu um exame de corpo de delito, que foi feito no IML Central de São Paulo, e também pediu um retrato falado dos agressores.

Fernanda Frazão integra um grupo de ativistas chamado “Coletivo Arouchianos”, que reúne ajuda para a população LGBTQIA+ carente que reside nas ruas do Centro. O coletivo informou que vai solicitar que a CPI da Violência Trans, da Câmara Municipal de São Paulo, peça à SPTrans as imagens das câmeras de segurança para identificar os agressores.

Por meio de nota, a SPTrans lamentou o episódio e afirmou que o socorro foi feito de imediato pelos funcionários da empresa, e que deram apoio no encaminhamento ao atendimento médico hospitalar da vítima.

“A SPTrans repudia qualquer tipo de agressão, violência ou discriminação no transporte e dependências públicas por esta razão realiza campanhas educativas sobre tolerância e respeito com materiais afixados nos ônibus, terminais e publicados em seus perfis nas redes sociais. A SPTrans segue à disposição da polícia para auxiliar nas investigações”, completa a nota.

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