Por Daiane Oliveira
Imagem: Reprodução
A plataforma Google retirou do ar o jogo “Simulador de Escravidão”, que ofertava a escravização de pessoas negras como forma de entretenimento. O aplicativo estava disponível para download na plataforma Google Play, mas recebeu uma série de denúncias de usuários, o que motivou a remoção por parte da gigante da tecnologia.
O aplicativo desenvolvido pela MagnusGames tinha na descrição a seguinte informação: “o melhor simulador de proprietários de escravos e comércio de escravos, com a proposta de trocar, vender e comprar pessoas escravizadas visando o lucro e impedindo rebeliões e fugas”. O jogo chegou a ter mais de mil downloads e mensagens positivas, antes de ser retirado do ar pela plataforma.
Em uma rede social, o deputado Orlando Silva (PCdoB) informou que entraria, juntamente com a Unegro, com representação no Ministério Público pelo crime de racismo e que levaria “até às últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis”. O deputado, que é relator da CPI da Fake News, ainda escreveu que “a própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital”, em defesa do Projeto de Lei 2630/20.
O PL2630 traz no texto medidas de combate à disseminação de conteúdo inverídicos, falsos, nas redes sociais, como Facebook e Twitter, e nos serviços de mensagens privadas, como WhatsApp. A intenção é que as medidas possam valer para as plataformas com mais de 2 milhões de usuários em operação no país. Além de responsabilizar as plataformas para que atuem contra práticas de crimes como racismo, violência de gênero e terrorismo, por exemplo.
De acordo com a CNN, a Magnus Games alega que o “jogo foi criado exclusivamente para fins de entretenimento” e que “nosso estúdio condena a escravidão em qualquer forma. Todo o conteúdo do jogo é fictício e não está vinculado a eventos históricos específicos. Todas as coincidências são acidentais”, constava a notificação no aplicativo.