Duas mulheres trans e uma cis foram atacadas de forma física e verbal por cerca de 20 homens em casa de show do Rio de Janeiro

O caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia, mas as vítimas relataram enfrentar transfobia também na delegacia

O caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia, mas as vítimas relataram enfrentar transfobia também na delegacia

Por Karla Souza

Mais um episódio de violência e transfobia abalou o Brasil. O caso ocorreu no Rio de Janeiro, capital, no Casarão Firmino, uma casa de shows no movimentado bairro da Lapa. Na última sexta-feira (19), duas mulheres trans e uma mulher cis foram vítimas de agressões físicas e verbais cometidas por aproximadamente 20 homens, incluindo seguranças do estabelecimento, ambulantes e até um motorista de aplicativo.

A sequência de eventos teve início ao final do show, quando uma das vítimas foi empurrada por um homem na fila de saída, logo depois ele foi empurrado de volta. Nesse momento Lua, sua amiga Zuri, de 25 anos, também modelo e designer de moda, e Anne, irmã de Zuri, foram brutalmente retiradas à força por seguranças. Zuri descreveu o ocorrido ao jornal Dia, relatando que foram arrastadas como se fossem “sacos de lixo”.

Ao saírem do estabelecimento, foram alvo de agressões físicas e insultos transfóbicos proferidos pelos agressores. Lua teve o nariz quebrado e aguarda cirurgia. Em entrevista ao Globo, Lua destacou a transfobia presente na violência: “Os seguranças e os ambulantes ficaram gritando: ‘pode bater que é tudo homem, pode espancar que é tudo homem’. Todo aquele ódio gratuito foi motivado pela transfobia.”

A violência persistiu mesmo dentro de um táxi, onde as vítimas foram alvo de uma barreira feita pelos agressores. A solidariedade de outras mulheres presentes foi crucial para interromper o ataque e garantir a segurança das vítimas até a chegada da polícia.

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O Casarão Firmino, no entanto, apresentou através de uma nota de esclarecimento nas redes sociais uma versão diferente dos acontecimentos informados por Lua, Zuri e Anne, a nota também se referiu às vítimas no masculino. Segundo a casa de shows, o samba havia terminado, e um grupo fora do estabelecimento arremessou garrafas em direção aos colaboradores, atingindo dois seguranças. Esta versão é contestada pelas vítimas e testemunhas, que afirmam terem sido agredidas sem motivo aparente pelos seguranças.

O caso está sob investigação da 5ª Delegacia de Polícia (Mem de Sá), e as autoridades declararam que diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos. No entanto, Lua e suas amigas denunciaram enfrentar transfobia na delegacia, com tentativas de descredibilizar suas narrativas e estigmatizá-las.

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