Estudo aponta envelhecimento das domésticas e desemprego maior entre mulheres jovens e negras

Na última quinta-feira (18), a Gênero e Número, em parceria com o Instituo Ipiranga, divulgou o estudo “Cenários e possibilidades da pandemia desigual em gênero e raça no Brasil”. O estudo foca no perfil de mulheres ocupadas na categoria do trabalho doméstico, cujos filhos e filhas foram os primeiros da família a ingressar na universidade, analisando como estão sendo afetados pela taxa de desemprego (16,4% entre as mulheres) no Brasil.

Os números destacam o envelhecimento das domésticas e quais os grupos mais afetados pelo desemprego

Por Andressa Franco

Imagem: Portal CTB

Na última quinta-feira (18), a Gênero e Número, em parceria com o Instituo Ipiranga, divulgou o estudo “Cenários e possibilidades da pandemia desigual em gênero e raça no Brasil”. O estudo foca no perfil de mulheres ocupadas na categoria do trabalho doméstico, cujos filhos e filhas foram os primeiros da família a ingressar na universidade, analisando como estão sendo afetados pela taxa de desemprego (16,4% entre as mulheres) no Brasil.

Na maior parte dos casos, a falta de trabalho afeta praticamente toda a família, essas mães ocupadas na categoria do trabalho doméstico sofrem com a taxa de desemprego, e seus filhos, mesmo formados, não encontram emprego em suas áreas. E a situação é agravada pela suspensão e atraso nas definições do Auxílio Emergencial.

Entre os dados destacados pela pesquisa, estão o número maior de jovens negras em relação ao de jovens brancas no trabalho doméstico, e a taxa de desemprego no 4º semestre de 2020, que aponta as mulheres, os jovens e as pessoas negras como os grupos mais afetados. O que evidencia a precariedade do acesso da população negra ao mercado de trabalho, situação observada tanto nas constantes denúncias de racismo em processos seletivos, quanto como consequência da dificuldade do acesso à educação das pessoas negras em relação às pessoas brancas, desde a Creche até o Ensino Médio.

Já sobre o período de envelhecimento das trabalhadoras domésticas entre 1995 e 2018, é chamada atenção para o fato do período em questão compreender o início da implementação das cotas raciais em universidades públicas brasileiras, ação afirmativa estabelecida em 2003, além das políticas de financiamento de mensalidades em instituições de ensino superior particulares. Ou seja, as jovens filhas de domésticas que, até então, na maioria dos casos, seguiam o ofício das mães, passaram a ter mais oportunidades de ingressar ao ensino superior, o que torna menor a porcentagem de jovens nessa ocupação.

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