Raiane Silva e outras 11 trabalhadoras domésticas denunciaram a ex-patroa Melina Esteve França por agressões
Por Jonas Pinheiro
Na manhã desta quarta-feira (01) trabalhadoras domésticas protestaram em frente ao Condomínio Vila Anaiti, no Bairro Imbuí, Salvador (BA). Neste mesmo local, há uma semana, a babá Raiane Ribeiro pulou do 3ª andar de um prédio onde era mantida em cárcere privado e sofria agressões de sua antiga patroa, Melina Esteves França.
O ato foi organizado pelo Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Bahia (SINDOMÉSTICO/Ba), com apoio da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD).
Após a repercussão do caso, outras 10 trabalhadoras domésticas prestaram queixa contra Melina Esteves França, totalizando, com o caso de Raiane, 11 trabalhadoras domésticas que sofreram com as agressões da patroa, que anteriormente vivia no bairro de Itapuã.
Creuza Oliveira, presidenta do SINDOMÉSTICO/BA e secretária da FENATRAD, disse que o objetivo do ato é pedir justiça por todas as trabalhadoras domésticas violentadas por Milena, e por isso o protesto em frente ao condomínio.
Entendo o caso
Raiane Ribeiro é do município de Itanagra, a 120 km de Salvador. A trabalhadora doméstica se mudou para a capital baiana para trabalhar na casa de Melinda e cuidar de três crianças. Após receber uma nova proposta de trabalho e comunicar a patroa, a babá foi agredida e deixada sem comida e água, chegando a ser trancada no banheiro. Desesperada Raiane passou pelo basculante numa tentativa de fugir do cárcere e chegar a outro apartamento, mas acabou caindo do 3º andar do prédio, sofrendo uma série de lesões.
Após ser socorrida, a trabalhadora prestou queixa na Delegacia da Boca do Rio, que investiga agora, não só o caso de Raiane, como de outras 10 domésticas qie sofreram com as agressões de Melinda, e foram encorajadas a prestar queixa após a repercussão do caso. De acordo com o advogado Bruno Oliveira, que representa Raiane e outras trabalhadoras, em entrevista ao G1, todos os casos são semelhantes com agressões físicas, ameaças e com a tomada de celulares das trabalhadoras.