Movimentos de Mulheres Negras convocam sociedade para o lançamento da 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras

O intuito é convocar os movimentos de mulheres negras, ativistas negras de movimentos negros e/ou mistos para a construção coletiva da marcha, que acontecerá em novembro de 2025 e deve reunir cerca de 1 milhão de mulheres em Brasília

O intuito é convocar os movimentos de mulheres negras, ativistas negras de movimentos negros e/ou mistos para a construção coletiva da marcha, que acontecerá em novembro de 2025 e deve reunir cerca de 1 milhão de mulheres em Brasília

Texto: Divulgação

Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Integrando a 6ª edição do Março de Lutas, o lançamento oficial da 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras acontece no próximo dia 21 de março, às 18h30, de forma híbrida. Buscando promover a iniciativa, a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste e a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira convocam os movimentos de mulheres negras, ativistas de movimentos negros e/ou mistos para participarem da programação. 

O lançamento acontecerá virtualmente e presencialmente. No virtual, a programação acontecerá através de uma live com a presença de lideranças dos movimentos de mulheres negras. No mesmo dia e horário, presencialmente, o lançamento se dará em diversas cidades, articulado de forma coletiva com todas as mulheres negras que tiverem vontade de construir a marcha.

“O objetivo é que as organizações construam juntas as atividades presenciais nos estados  em consonância com a transmissão ao vivo, que será no dia 21 de março, data que também marca o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial”, comenta Vinólia Andrade, coordenadora do Grupo de Mulheres Negras Mãe Andressa, do Maranhão, organização que responde pela coordenação executiva da AMNB. 

Para isso, foi aberto um formulário online de inscrição que integra a agenda da 6ª edição do Março de Lutas para que os movimentos interessados em articular o lançamento da Marcha em suas cidades possam cadastrar suas atividades. As inscrições vão até o dia 10 de março.

A 2ª marcha vai ser maior

A live de abertura é um convite à sociedade para a construção da 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, que acontecerá em novembro de 2025, em Brasília. A data marca  os 10 anos da primeira edição, que aconteceu em 18 de novembro de 2015, também na capital brasileira, quando cerca de 100 mil mulheres marcharam “Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver”. A expectativa é que no próximo ano a mobilização seja ainda maior.

“Precisamos fazer a marcha de 2025, e ela unirá um milhão de mulheres negras em Brasília porque as nossas vozes precisam ecoar forte naquele lugar”, diz Valdecir Nascimento, fundadora e ativista do Odara – Instituto da Mulher Negra, organização que compõe a coordenação da Rede de Mulheres Negras do Nordeste. 

Participarão da live de lançamento lideranças de movimentos nacionais de mulheres negras, bem como representantes das cinco regiões do país.

  • Nilma Bentes (do Centro de Estudos do Negro do Pará – CEDENPA, da AMNB, e idealizadora da Marcha de Mulheres Negras contra o Racismo a Violência e pelo Bem Viver – 2015):
  • Vinólia Andrade (do Grupo de Mulheres Negras Mãe Andressa, da Rede de Mulheres Negras do Nordeste e da AMNB); 
  • Andressa Franco (da Revista Afirmativa e da Rede de Mulheres Negras do Nordeste); 
  • Alaerte Martins (da Rede de Mulheres Negras do Paraná e da AMNB); 
  • Lucinha Silva (do AMMA Psiquê e Negritude e da AMNB); 
  • Ana Carolina (Menina de 11 anos integrante do Instituto da Mulher Negra do Amapá – IMENA e da Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira); 
  • Janira Sodré (do grupo Pretas de Angola, do Centro-Oeste)

A live também contará com a participação de representantes da Red de Mujeres Afrolatinoamericanas, Afrocaribeñas y de la Diáspora e da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte.

Março de Lutas

O lançamento da Marcha acontece dentro da 6ª edição do Março de Lutas, agenda de incidência política dos Movimentos de Mulheres Negras no Brasil, criada pelo Instituto Odara, com o objetivo de denunciar as diversas formas de atuação do racismo patriarcal no Brasil, que atinge de maneira potencializada as mulheres negras, além de demarcar o protagonismo destas sujeitas na luta por melhores condições de vida para toda sociedade brasileira. É um mês de compartilhamento de práticas, experiências, bem como de denúncias que fortaleçam o enfrentamento ao racismo patriarcal, sexismo, bifobia e a lesbofobia.

Este ano, o Março de Lutas conta com mais de 130 atividades, organizadas por mais de 50 entidades dos movimentos sociais, em 15 estados do Brasil.

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