Por Andressa Franco
Imagem: Amazonia Real
O ministro do Meio Ambiente da Noruega anunciou nesta segunda-feira (31) que o país retomará a ajuda financeira contra o desmatamento da Amazônia no Brasil, congelada durante a presidência de Jair Bolsonaro, derrotado no segundo turno das eleições neste domingo (30). O anúncio veio logo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, que assume a presidência brasileira a partir de 1 de janeiro.
“Em relação a Lula, nós observamos que, durante a campanha, ele enfatizou a preservação da floresta amazônica e a proteção dos povos indígenas da Amazônia”, disse Espen Barth Eide. “Por isso estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipes, o mais rápido possível, para preparar a retomada da colaboração historicamente positiva entre Brasil e Noruega”.
President-elect @Lulaoficial championed the protection of the Amazon and its people throughout his campaign as well as in his acceptance speech. Norway looks forward to revitalizing our extensive climate and forest partnership with Brazil. 🇧🇷🇳🇴@climateforest
— Espen Barth Eide (@EspenBarthEide) October 31, 2022
Até a suspenção da ajuda financeira em 2019, quando Bolsonaro assumiu a presidência, a Noruega era o principal fornecedor de recursos para a proteção da floresta amazônica.
Tema presente nos debates entre os candidatos ao Palácio do Planalto, o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 70% durante o governo Bolsonaro, um índice “escandaloso” nas palavras de Barth Eide, que disse que seu país entrou em um “confronto frontal” com o líder de extrema-direita sobre a questão.
De acordo com o ministro, 5 bilhões de coroas norueguesas, o que equivale a cerca de R$ 2,5 bilhões, aguardam para serem utilizados no fundo de preservação da floresta amazônica. Após a confirmação da sua vitória, Lula afirmou que o Brasil está disposto a ter um papel de vanguarda contra a mudança climática, e que o planeta precisa de uma “Amazônia viva”.
Vale destacar que, dos dias 6 a 18 de novembro, delegações de países do mundo inteiro se reunirão no Egito para mais uma Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP27. Cuja expectativa é de pressão sobre os governos.
Na COP26, o Brasil assumiu o compromisso de mitigar 50% de suas emissões de gases de efeito estufa até 2030. Além de apresentar diretrizes para a agenda estratégica voltada à neutralidade climática. Logo depois, o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) divulgou os dados que mostraram a maior taxa de desmatamento dos últimos 15 anos.