Texto: Divulgação
Estão abertas, até 20 de maio, as inscrições para o projeto Interdiáspora, que selecionará dez obras de artistas afro-brasileiros, afrodescendentes e africanos(as/es) para compor o Arquivo Interdiáspora 2025. As obras escolhidas farão parte da exposição homônima que será inaugurada no Instituto Guimarães Rosa, em Maputo, Moçambique, no dia 19 de junho. A convocatória integra uma série de ações artísticas e curatoriais voltadas à criação de um acervo afrocentrado e transatlântico, em diálogo com linguagens como performance, oralidade, tecnologias e narrativas comunitárias.
Com curadoria de Juci Reis, Cátia Janaína e Jorge Dias, Interdiáspora é uma plataforma dedicada à circulação de arquivos artísticos e afetivos entre territórios e temporalidades negras. A proposta parte do reconhecimento da arte como campo de disputa e memória, fomentando trocas entre artistas e comunidades a partir de práticas colaborativas e arquivos vivos. As obras podem ser digitais ou físicas, e devem dialogar com os eixos temáticos da convocatória: arte e educação, meio ambiente, política, ciência, curadoria expandida, entre outros.
A exposição em Maputo contará com a infraestrutura do Fundo Cicla, que cobre o transporte internacional, estrutura expositiva, acondicionamento e difusão das obras. A doação ao acervo é voluntária, formalizada por meio de um termo de cessão de direitos voltado à preservação e circulação sem fins lucrativos. As obras passarão a integrar um arquivo que poderá ser reativado em mostras, itinerâncias e plataformas digitais.
Voltado à afirmação de práticas afro-diaspóricas como saberes legítimos, o projeto se insere em uma constelação de ações artísticas que desafiam o apagamento e a exclusão nos circuitos hegemônicos. A inscrição exige o envio de portfólio, minibiografia, descrição da obra, especificações técnicas e justificativa de interesse. Serão aceitas apenas obras compatíveis com envio internacional e formatos digitais, com destaque para vídeos de até dois minutos que dialoguem com oralidades, ancestralidades e tecnologias negras.
A proposta busca fortalecer a cooperação entre artistas e instituições negras no Brasil e no continente africano, promovendo o intercâmbio de práticas e a escuta de narrativas silenciadas.