Pastor é preso acusado de abusar e engravidar adolescente com deficiência intelectual na Bahia

Caso expõe vulnerabilidade de pessoas com deficiência e questões sobre o aborto legal
Imagem: Freepik

Por Késsia Carolaine*

No último sábado (10), um pastor foi preso em Salvador acusado de abusar sexualmente e engravidar uma adolescente com deficiência intelectual. O suspeito, José Guaraciara Barbosa Leal, de 60 anos, líder de uma igreja evangélica em Santo Antônio de Jesus (BA), teria cometido o crime em 2023, na cidade de Valência, onde realizava pregações regularmente.

Segundo investigações, o pastor aproveitou-se da confiança da família da vítima e levou a adolescente e sua irmã para o município. Alguns fiéis que o acompanharam na viagem, testemunharam o homem saindo do quarto da jovem, mas o crime só veio à tona quando a família notou mudanças em seu corpo. A gravidez foi descoberta tardiamente, com aproximadamente cinco meses e meio de gestação.

A mãe da vítima relatou à Delegacia do Núcleo de Atendimento à Mulher que também sofreu uma tentativa de estupro pelo mesmo pastor, mas foi salva por vizinhas. Após ter a prisão decretada, o líder religioso permaneceu foragido por meses, até ser capturado no bairro Pau Miúdo, em Salvador (BA). Nesse período, a adolescente deu à luz, e a criança está sob os cuidados da família.

Aborto legal em casos de violência sexual

O caso reacende o debate sobre o aborto legal no Brasil, permitido em situações de estupro, risco à vida da gestante ou anencefalia fetal. Segundo o Ministério da Saúde, vítimas de violência sexual têm direito ao procedimento no SUS, mas muitas enfrentam barreiras como falta de informação, burocracia e estigma religioso. 

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023) mostram que 74% dos estupros registrados no país envolvem vulneráveis, como crianças e pessoas com deficiência. Em casos como o da adolescente baiana, a interrupção da gravidez poderia ser uma opção legal, mas a descoberta tardia e a falta de apoio podem impedir o acesso a esse direito.

*Com informações do G1 Bahia.

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