Por Karla Souza
Na noite do último domingo (16), na cidade de Imperatriz, no Maranhão, uma adolescente de 15 anos, grávida de nove meses, foi atingida por um tiro enquanto caminhava pela rua com seu companheiro. O projétil atravessou seu corpo e atingiu o bebê ainda na barriga da gestante.
O crime ocorreu por volta das 21h, quando a jovem e seu companheiro foram surpreendidos por disparos. Ambos foram feridos e socorridos, com a adolescente sendo levada às pressas ao hospital para uma cesariana de emergência. Através do atendimento médico, o bebê nasceu, mas com um projétil alojado em sua perna.
Na segunda-feira (17), o bebê passou por uma cirurgia para a remoção da bala. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a condição da jovem é estável.
Inicialmente, a Polícia Militar do Maranhão (PMMA) considerou a hipótese de que o casal havia sido alvo de uma tentativa de assalto. No entanto, as investigações conduzidas pela Delegacia Regional de Imperatriz indicaram que o crime pode ter motivações distintas, uma vez que a possibilidade de roubo foi descartada. A identidade dos agressores e os motivos por trás do ataque ainda permanecem desconhecidos, e ninguém foi preso até o momento.
Homicídios da população negra no Brasil
Entre 2012 e 2022, o Brasil registrou uma média diária alarmante de 111 assassinatos de pessoas negras, segundo o mais recente Atlas da Violência divulgado na terça-feira (18). O estudo aponta que todos os onze estados que mais assassinam negros são das regiões Norte e Nordeste.
No total, o documento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta 609.697 homicídios ao longo desses dez anos. Desses, 445.442 vítimas eram pretas ou pardas, representando 73% de todos os assassinatos ocorridos no período.