Corinthians avança na Sul-Americana contra time que tentou justificar racismo de preparador físico

O time peruano Universitario em nota tentou justificar ofensas racistas do preparador físico do time contra torcedores do Corinthians na primeira partida válida pela Copa Sul-Americana entre os clubes

O time peruano Universitario em nota tentou justificar ofensas racistas do preparador físico do time contra torcedores do Corinthians na primeira partida válida pela Copa Sul-Americana entre os clubes

Por Daiane Oliveira

Imagem: Ernesto BENAVIDES / AFP

Na noite desta terça-feira (18), o Corinthians venceu o Universitario, do Peru, por 2×1 no Estádio Monumental de Lima e garantiu vaga nas oitavas de final da Sul-Americana. A partida de futebol foi marcada por grande confusão, sobretudo após o segundo gol do time paulista, quando o volante Ryan estava atento ao rebote de Róger Guedes e marcou o primeiro gol da sua carreira como profissional. A celebração dos jogadores do alvinegro foi motivo para causar revolta nos atletas do time peruano, que iniciaram um tumulto no campo.

Seria apenas mais uma partida de futebol de grande rivalidade, se a disputa entre os clubes não virasse caso de polícia após o preparador físico do Universitario, Sebastián Avellino Vargas, 43 anos, ser preso por ofensas racistas proferidas em direção aos torcedores do Corinthians no dia 11 de julho, no primeiro confronto entre os clubes em São Paulo. Por ofender com gestos e verbalmente a torcida alvinegra, chamando os torcedores de “mono”, – que significa macaco em português -, o preparador físico foi preso em flagrante pela Polícia Militar de São Paulo.

Em um momento que o mundo ouve dezenas de relatos de racismo no futebol, após uma onda de violência contra o atleta Vini Jr. por parte de torcedores e membros da imprensa espanhola, o Clube Peruano decidiu considerar a reação das autoridades brasileiras como “inadmissível, humilhante e ultrajante”. Segundo nota emitida no dia 12 de julho, na mesma data em que a Justiça decidiu que Sebastián Avellino Vargas permaneceria em cárcere, mas teve a prisão revertida para preventiva enquanto aguarda julgamento. No dia 14 de julho o clube peruano voltou a emitir nota em defesa do funcionário como uma tentativa de justificar o racismo.

“Nossa equipe técnica foi vítima de agressões verbais pela torcida do Corinthians. Essa ação provocou uma reação que acabou com a liberdade do nosso preparador físico”, diz trecho da nota que admite o crime cometido pelo funcionário.

A equipe do Universitario também entrou em campo com uma faixa “Estamos contigo, Sebastian”, na partida da última na sexta-feira (14), contra o Unión Comercio, pelo Campeonato Peruano. Na postagem do clube nas redes oficiais a legenda diz “força, professor”.

Diante de tanto descaso e tentativas de defesa por parte da equipe do Universitario, dois vídeos cedidos pela administração da Neo Química Arena e outro, publicado em redes sociais, foram entregues à polícia civil de São Paulo para servir de provas no inquérito que investiga a conduta de Sebastián Avellino. As imagens mostram o momento em que Vargas se volta para a torcida corinthiana e faz alguns gestos imitando um macaco. Os vídeos desmentem a versão apresentada pelo peruano de que carregava cones nos braços e não fez gestos ofensivos.

Com ingressos esgotados e ameaça de receber a equipe brasileira de forma hostil, o time peruano Universitario, perdedor da primeira partida por 1×0, amargou mais uma derrota no placar e o preparador físico pode ser penalizado pela Conmebol, com pena de suspensão por pelo menos quatro meses. No entanto, não houve nem há previsão de nenhuma punição para o clube, que insiste em defender o funcionário mesmo com filmagens que evidenciam o crime.

No Brasil, entrou em vigor em 2023 a lei que tipifica a injúria racial crime imprescritível e inafiançável, além de aumentar a pena mínima para dois anos. O preparador segue à disposição da Justiça brasileira. Até o momento,

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