
O termo CTS[1] (Ciência Tecnologia e Sociedade) é cunhado no Brasil ainda nos anos 70. Se considerarmos a história mundial da revolução industrial parece tarde, mas se nos apegarmos ao fato de que o Brasil da mesma forma que foi o último a abolir legalmente a escravidão, também foi um dos últimos a aderir à industrialização, é legítimo destacar que o retardo no processo tem relação com a manutenção do sistema escravocrata.

Este desabafo poderia ser meu ou de qualquer uma das mulheres negras habitantes do mundo, mas foi da ex-primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, em autobiografia. Ao ler este trecho, assim como a sequência dele, imediatamente senti aquele misto de pertencimento e agonia: era exatamente como eu me sentia e ao mesmo tempo, não queria fazer parte disto.

“Nem fome, nem tiro, nem Covid: povo negro quer viver” – esse foi um dos lemas das manifestações no Rio de Janeiro, após o assassinato de João Pedro, de 14 anos. Os protestos ampliaram o coro contra o racismo, assim como ocorreu nos Estados Unidos após a morte de George Floyd. Em comum: dois negros friamente assassinados por policiais, em países estruturalmente racistas.

O histórico ano de 2020 tem mobilizado discussões profundas sobre a humanização e a reivindicação da manutenção dos direitos sociais frente a um cenário desenfreado de exploração do trabalhador, desigualdades sociais e enriquecimento de uma camada específica que se beneficia das contradições do capital.

Em minhas recentes experiências em movimentos sociais e trajetória acadêmica tenho sido estimulada pela efervescência das discussões relacionadas á descolonização do saber e conhecimento, disputas de narrativas, escrita como prática de liberdade, imobilizações determinadas pelo racismo.

A fragilidade da branquitude é uma terminologia cravada pela cientista social norte-americana branca Robin DiAngelo que desdobra os seus estudos sobre questões raciais a partir da perspectiva antirracista. A autora explica que “fragilidade branca é um estado em que mesmo uma quantidade mínima e estresse racial se torna intolerável, desencadeando uma série de movimentos defensivos por parte do sujeito branco.

Os recentes protestos Black Lives Matter tem intensificado nas redes sociais conversas sobre as desigualdades sociais, racismo e as experiências vividas por pessoas negras nas Américas. Por muitas semanas, veículos de comunicação brasileiros focaram nos protestos por justiça por George Floyd, assim como...

Vamos digitalizar geral! Esta máxima passou a fazer parte do cotidiano brasileiro desde que foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a pandemia do COVID-19, em 11 de março de 2020. Como num passe de mágica, nasce o “novo normal”: professores viram youtubers...

No dia 29/06 várias páginas jornalísticas divulgaram que a 1° Delegacia Seccional de Polícia Civil em Santo Amaro (Recife) abriu às 6h (antes do horário de expediente, que inicia às 8h) para coletar o depoimento de Sari Corte Real, suspeita de homicídio culposo no caso amplamente....

A obra denúncia “A carne”, música composta por Marcelo Yuka, Seu Jorge e Ulisses Cappelletti, em 2002, retrata a estrutura racista da sociedade brasileira. A cantora Elza Soares, mulher negra e grande artista da contemporaneidade, em 2019, lançou nova versão dessa música com o seguinte trecho...